Suzano mantém foco em projetos atuais e fortalece atuação estratégica após isenção de tarifas nos EUA

Passada a fase de maior indefinição sobre as tarifas dos Estados Unidos, a Suzano confirmou que seguirá concentrada nos projetos já em andamento, sem previsão de grandes movimentos nos próximos dois a três anos. A estratégia prioriza eficiência operacional e redução da alavancagem financeira.

“Em ambientes mais voláteis, quanto mais competitiva for a empresa, mais estaremos preparados para diferentes cenários”, afirmou o presidente da Suzano, Beto Abreu, em coletiva na última quinta-feira, 7. Após negociações diplomáticas, a celulose brasileira entrou na lista de produtos isentos da tarifa adicional de 50%.

Segundo Abreu, a empresa atuou em várias frentes durante o processo, incluindo grupos com outras companhias afetadas, articulação com o governo federal e diálogo com interlocutores nos EUA. “Tivemos reuniões com congressistas do Arkansas, Estado onde a Suzano tem um papel relevante, que estavam preocupados com o impacto na geração de emprego e renda na região”, disse.

Apesar da isenção, o cenário global segue incerto. “Continuamos trabalhando localmente em Washington com nossas equipes para garantir que a companhia possa se antecipar a qualquer tipo de movimento”, acrescentou o executivo.

 

Do ponto de vista comercial, a Suzano busca ampliar presença em mercados onde já atua, como Europa e Ásia, e cita a América Latina como alternativa para redirecionar vendas em caso de piora no comércio global.

Entre as movimentações recentes, a empresa fechou acordo para comprar 51% dos negócios internacionais de papéis de higiene da Kimberly-Clark por US$ 1,73 bilhão. Segundo Abreu, a integração segue conforme o planejado.

No mercado de celulose, a queda de preços desde abril, para cerca de US$ 500 por tonelada, pressiona resultados. Para o terceiro trimestre, a expectativa é de preços próximos aos US$ 555 por tonelada registrados no segundo trimestre. Essa conjuntura pode adiar a meta de reduzir a alavancagem para 2,5 vezes o Ebitda ajustado em dólar, atualmente em 3,1 vezes, conforme explicou o vice-presidente executivo de finanças e relações com investidores, Marcos Assumpção.

Há sinais de melhora na demanda chinesa, com recomposição de estoques e cortes de produção em unidades deficitárias. Diante desse cenário, a Suzano anunciou reajuste imediato de US$ 20 por tonelada para o mercado asiático e avalia aplicar o mesmo aumento em regiões como Europa e América do Norte nos próximos meses.

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