
Um objeto misterioso, vindo das profundezas do espaço além do nosso Sistema Solar, está a caminho. Batizado de 3I/ATLAS, ele foi detectado em 1º de julho por um telescópio no Chile, financiado pela NASA. Essa descoberta imediatamente acendeu a curiosidade e, em alguns casos, a preocupação entre os especialistas.
O 3I/ATLAS é um achado raríssimo. Ele é apenas o terceiro objeto confirmado a entrar no nosso Sistema Solar vindo de outra estrela, o chamado espaço interestelar. Essa origem foi determinada pela sua velocidade impressionante: mais de 66 quilômetros por segundo. Essa rapidez é tanta que a gravidade do Sol não consegue capturá-lo. Ele está apenas de passagem.
A NASA, após análises iniciais, aposta na explicação mais convencional. A agência espacial acredita que o 3I/ATLAS seja provavelmente um cometa interestelar. Segundo seus cálculos, o objeto atingirá seu ponto mais próximo da Terra entre o final de outubro e dezembro deste ano. Depois disso, continuará sua jornada, cruzando nosso sistema planetário e desaparecendo para sempre no espaço interestelar. A agência não demonstra alarme com sua passagem.

O objeto espacial causou alguma preocupação na comunidade científica (ATLAS/Universidade do Havaí/NASA)
No entanto, um cientista de renome tem uma visão bastante diferente. Avi Loeb, físico da Universidade de Harvard, levanta uma hipótese que parece saída da ficção científica: o 3I/ATLAS pode não ser natural. Loeb publicou suas próprias análises, contestando algumas interpretações de outros pesquisadores.
Ele questiona, por exemplo, as alegações sobre a presença de uma cauda cometária. Loeb argumenta que o movimento rápido do objeto e seu tamanho pequeno (próximo ao limite de resolução dos telescópios terrestres) podem criar uma ilusão de alongamento nas imagens, parecendo uma cauda que não existe. Outro ponto que o intriga é a aparente falta de emissões de gás, algo comum em cometas quando se aproximam do Sol.
Para avaliar objetivamente a natureza de objetos cósmicos, Loeb criou uma escala própria. Nessa “Escala Loeb”, que mede a probabilidade de algo ser artificial versus natural, o 3I/ATLAS recebeu uma pontuação de 6 em 10. Isso significa, segundo seus critérios, que há uma chance significativa de que o objeto tenha sido fabricado, não formado naturalmente.
Diante dessa possibilidade, Loeb fez um apelo incomum. Ele defende veementemente que a humanidade precisa se preparar, não apenas para entender o objeto, mas para agir se necessário. O físico insiste que não podemos esperar para saber mais; precisamos de planos concretos agora.

Loeb alerta que é preciso haver um órgão responsável por decidir o que fazer com objetos potencialmente ameaçadores vindos do espaço
Em entrevista, Loeb destacou a necessidade de uma resposta global coordenada. Ele propõe a criação de uma organização internacional dedicada a tomar decisões políticas sobre ameaças vindas do espaço interestelar. “Estamos preocupados com ameaças existenciais da inteligência artificial, das mudanças climáticas, do impacto de asteroides”, observou Loeb, “mas nunca discutimos tecnologia alienígena”.
Loeb reforça sua convicção de que o 3I/ATLAS tem características “alienígenas” no sentido de não serem naturais. Ele enfatiza que qualquer política de contato deve considerar as propriedades específicas do objeto e suas possíveis intenções.
“A resposta tem que depender das suas propriedades e da sua intenção — o que ele está fazendo ao se aproximar de nós?”, questionou. “É como ter um visitante no seu quintal. Você não pode decidir a política para todos os visitantes. Depende da intenção do visitante, e este está bem próximo.”
Enquanto a maioria da comunidade científica observa a passagem do 3I/ATLAS com interesse acadêmico, a voz de Avi Loeb soa como um alerta solitário. Ele pede que olhemos para esse visitante interestelar não apenas com telescópios, mas com uma estratégia global. A pergunta que fica no ar, aguardando os meses de outubro a dezembro, é simples e profunda: o que realmente está vindo em nossa direção das estrelas?
Esse Cientista de Harvard diz que objeto misterioso em direção à Terra “não é natural” e explica o que o mundo deve fazer para se preparar foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.