
Um capixaba de 29 anos foi identificado como suspeito de integrar um grupo criminoso investigado por invadir contas de médicos no sistema do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) e falsificar documentos.
A ação resultou na emissão de atestados e receituários fraudulentos, usados para beneficiar terceiros. Três pessoas foram presas suspeitas de integrarem a quadrilha.
De acordo com a Polícia Civil gaúcha, as investigações começaram após denúncias de profissionais que tiveram suas credenciais utilizadas sem autorização.
O grupo utilizava informações de login obtidas ilegalmente para acessar o sistema e produzir documentos médicos falsos.
As investigações apontam que os suspeitos movimentaram quantias significativas de dinheiro com a prática, caracterizando também lavagem de capitais. O caso segue sob apuração para identificar outros envolvidos.
Capixaba fabricava documento falsos dos médicos
O capixaba, cujo nome não foi divulgado, seria responsável por parte da operacionalização do esquema e pela distribuição dos documentos adulterados.
Durante a operação deflagrada nesta terça-feira (12), foram cumpridos mandados de busca e apreensão em diferentes estados, incluindo o Espírito Santo. Policiais apreenderam celulares, computadores e mídias que serão analisados para identificar outros envolvidos e rastrear a origem das invasões.
Segundo a polícia, os documentos falsificados eram utilizados, principalmente, para justificar ausências no trabalho e obter medicamentos de uso controlado. Os investigadores ainda apuram se o grupo lucrava com a venda desse material.
O suspeito do Espírito Santo foi ouvido e liberado, mas segue respondendo ao inquérito. A Polícia Civil do Rio Grande do Sul informou que as investigações continuam e que novas prisões não estão descartadas.
Grupo criminoso chegou a dar prejuízo de R$80 mil
A investigação teve início em janeiro, a partir do registro de ocorrência feito por um médico gaúcho que relatou ter tido sua conta de e-mail e seu perfil no gov.br invadidos.
A partir dessas invasões, os criminosos obtiveram acesso a seus documentos pessoais, criaram contas e tentaram efetuar transferências em uma corretora de investimentos, no valor total superior a R$ 700 mil.
No curso das apurações, foram identificados outros quatro médicos gaúchos vítimas de crimes semelhantes, com prejuízos que, somados, chegam a aproximadamente R$ 80 mil.
*Texto sob a supervisão da editora Erika Santos