Brasil ultrapassa 1,6 mil mortes por acidente de trabalho em 2025

acidente de trabalho
Foto: Freepik

Mais de 1.600 pessoas morreram em acidentes de trabalho no Brasil apenas nos seis primeiros meses de 2025. Os dados foram divulgados nesta semana pela Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego e escancaram uma triste realidade: o Brasil segue ocupando o quarto lugar no ranking mundial de mortes por acidentes no trabalho, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Os números são parte do Radar SIT, um painel de monitoramento que acompanha as notificações de Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT) em todo o país. Entre janeiro e junho deste ano, foram mais de 400 mil CATs emitidas, indicando também um alto número de lesões e adoecimentos relacionados às condições laborais.

Para o presidente do Sinait DS/BA, auditor-fiscal do trabalho Diego Leal, os dados escancaram a necessidade de valorização da fiscalização e da prevenção.

“Não estamos falando de números, mas de vidas interrompidas, famílias destruídas e profissionais que saíram para trabalhar e não voltaram para casa. A Auditoria-Fiscal do Trabalho tem papel fundamental na prevenção desses acidentes, mas precisa de estrutura, condições e efetivo para agir com amplitude e profundidade”, afirmou.

Leal também destaca a importância da atuação intersetorial. “É preciso que empresas, governos e sociedade compreendam a gravidade da situação. A prevenção de acidentes não pode ser vista como gasto, mas como investimento em dignidade, segurança e produtividade. Onde há auditoria, há prevenção”, acrescentou.

Entre os setores mais afetados estão o da construção civil, o rural e o de transportes, historicamente marcados por condições precárias e alta exposição ao risco. O cenário é agravado pela informalidade, subnotificação e ausência de políticas mais rígidas de proteção ao trabalhador.

O Sinait reforça seu compromisso com a defesa da vida e da dignidade no ambiente de trabalho e lembra que a fiscalização não é apenas punitiva, mas educativa e necessária.
“Só haverá mudança real quando o trabalho seguro deixar de ser exceção e passar a ser a regra”, concluiu Diego Leal.

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