Na avaliação da Abinee, as ações anunciadas pelo governo podem contribuir para mitigar os impactos das tarifas de 50% impostas pelos EUA sobre exportações industriais brasileiras, mas é necessária urgência nas negociações bilaterais para abertura de novos mercados para que o Brasil mantenha sua capacidade de competir em escala global e não perca participação em cadeias globais de valor, especialmente na área de infraestrutura energética e indústria.
O Plano anunciado aborda a atuação na frente externa para ampliar e diversificar mercados e cita as negociações já concluídas com União Europeia e EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio), e outras em estágio de negociação como Emirados Árabes Unidos e Canadá.
Entre as medidas divulgadas, a Abinee destaca as alterações no Reintegra, o diferimento de tributos federais, e a prorrogação do Drawback, que estavam entre os pleitos feitos pela Associação ao governo federal. A entidade ressalta, entretanto, que estes mecanismos ainda precisam ser regulamentados e melhor analisados.
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Ao mesmo tempo, a Abinee defende a manutenção do diálogo com os EUA, mantendo uma tradição diplomática de cerca de 200 anos, alicerçada no intercâmbio comercial e cultural, com resultados benéficos para o desenvolvimento econômico e social de ambas nações. A Associação lembra que alguns dos produtos afetados pelo tarifaço são fabricados sob encomenda para o mercado norte-americano, impossibilitando o redirecionamento a outros mercados. Dessa forma, se não houver um reposicionamento dos EUA ou inclusão desses itens na lista de exceção, essas encomendas serão supridas por outros países.
No primeiro semestre deste ano, os EUA representaram 29% do total exportado pelo setor eletroeletrônico brasileiro, sendo o principal destino das vendas externas. A Abinee reforça que o fluxo de comércio entre os dois países é superavitário em favor dos norte-americanos. Nos primeiros seis meses de 2025, os negócios com os Estados Unidos registraram saldo negativo para o Brasil de US$ 1,3 bilhão, com exportações de US$ 1,1 bilhão e importações de US$ 2,4 bilhões.
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