As eleições presidenciais no Chile estão marcadas para 16 de novembro, quando oito candidatos vão disputar a cadeira ocupada por Gabriel Boric no Palácio de La Moneda. A inscrição terminou nesta segunda-feira (18) e os partidos terão um mês para se preparar para a campanha eleitoral, que começa dia 17 de setembro e vai até 13 de novembro.
Figurando entre os favoritos ao pleito nas pesquisas de intenção de voto, Jeanette Jara, do Partido Comunista, tentará ser a primeira representante da sigla a se eleger para o Executivo chileno. Ela venceu as prévias da coalizão do governo com 60% dos votos e terá a missão de reunir os apoiadores de Boric para tentar vencer mais uma vez. O atual presidente, conforme a legislação do Chile, não pode concorrer a um segundo mandato consecutivo.
Jara é advogada e tem 51 anos. Integrante do Partido Comunista, ganhou projeção depois da sua atuação como ministra do Trabalho, quando liderou a redução da jornada semanal de 45 para 40 horas e conduziu as negociações por uma reforma da Previdência. A ministra também conseguiu um aumento da Pensão Universal Garantida (PGU) e criou um novo fundo de proteção para as aposentadorias.
A campanha também vai lembrar da aprovação dos Royalties de Mineração, que foi um imposto criado em 2025 sobre as atividades de grandes empresas mineradoras. O objetivo é redistribuir a riqueza gerada neste setor para desenvolver as regiões e municípios por meio de verbas alocadas aos governos regionais e municipais. Jara hoje lidera as pesquisas de intenção de voto com 26,2%.
Direita pulverizada
Os candidatos opositores não formaram unidade e a direita tem uma série de opções. O principal adversário de Jara será o já conhecido José Antonio Kast, que concorreu em 2021 e chegou ao segundo turno contra Gabriel Boric. Deputado por 16 anos, Kast é representante da extrema direita e será candidato pelo Partido Republicano. Ele terá apoio do Partido Social Cristão, um grupo ultraconservador ligado à Igreja Evangélica.
Kast aparece em segundo nas intenções de voto com 21,4% e, no momento, aparece como o nome forte da oposição para tentar vencer o pleito.
Outra candidata importante da direita é Evelyn Matthei, ex-prefeita de Providencia. Ela terá o apoio de partidos de direita como RN (Partido Nacionalista), UDI (Esquerda Unida) e Evópoli (Evópoli), e do centro como Demócratas e Amarelos. Matthei foi ministra do Trabalho e Previdência Social, durante o mandato do ex-presidente Sebastián Piñera, e está em terceiro nas pesquisas de intenção de voto com 13,8%.
O deputado Johannes Kaiser também será candidato e tentará disputar os votos da direita. A tendência é que ele dispute o eleitorado de Kast, já que o congressista fez parte do Partido Republicano, mas saiu e hoje integra o Partido Nacional Libertário, um grupo de extrema direita ultraliberal fundado em julho do ano passado.
O economista Franco Parisi já apareceu em outras duas eleições presidenciais e será novamente candidato pelo Partido de la Gente (PDG). O grupo de centro-direita conseguiu eleger oito deputados nas últimas eleições, mas viu uma renúncia generalizada dos congressistas criticando a direção do partido.
Independentes e progressistas
Outros três candidatos disputam o pleito por siglas menores. Um deles é o ex-deputado pelo Partido Socialista Marco Enríquez-Ominami, que disputa sua 5ª eleição presidencial e é o político que mais vezes se candidatou para tentar uma vaga no Executivo. Agora, ele vai concorrer de maneira independente depois de conseguir 35 mil assinaturas para sua candidatura.
O jornalista Harold Mayne-Nicholls também será candidato independente. Ele é conhecido por ter sido presidente da Associação Nacional de Futebol Profissional (ANFP) e integrante do comitê organizador dos Jogos Pan Americanos de Santiago de 2023, e usará sua experiência na gestão esportiva como trunfo para o pleito.
Quem fecha a lista é Eduardo Artés, professor e ex-dirigente do Partido Comunista Chileno (Ação Proletária). Candidato pela 3ª vez, Artés também disputará o pleito de maneira independente e reuniu as assinaturas necessárias para a candidatura. Tem uma postura mais à esquerda em relação aos partidos tradicionais e se posiciona contra os programas de privatização promovidos pelas últimas gestões chilenas.
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