
O complexo portuário de Vitória, operado pela Vports, agora pode receber o dobro de navios do tipo Panamax – cargueiros de grande porte, dentro dos limites para passagem no Canal do Panamá – que circulam na costa brasileira. O número de embarcações aptas a acessar o complexo passou de 504 para 1.089, após estudos técnicos que ampliaram o comprimento máximo permitido dos navios de 228 para 245 metros. Segundo o diretor-presidente da concessionária, Gustavo Serrão, “as mudanças habilitam o porto a receber navios maiores e que não possuem guindaste de bordo, sendo a operação feita por guindastes de terra, o que traz um potencial de reduzir pela metade o tempo de operação”. Entenda.
Com novos contratos, concessionária fechou primeiro semestre com R$ 144,5 milhões de receita operacional líquida
Desde maio, os portos que integram o complexo de Vitória já estavam autorizados a receber embarcações de até 83 mil toneladas de porte bruto, contra o limite anterior de 70 mil toneladas. Agora, após uma nova revisão da Norma de Tráfego Marítimo e Permanência, foram alterados os parâmetros de LOA (Length Overall), que é o comprimento total do navio, e de BOCA, que é a largura máxima do casco. Os navios podem ter até 245 metros de comprimento e 32,5 metros de largura.
Considerando os navios que passaram pela costa brasileira no ano passado, a nova configuração permite que o Complexo Portuário de Vitória receba 1.089 dessas embarcações, segundo cálculos da concessionária.
Gustavo Serrão, diretor-presidente da Vports, aponta que o avanço integra uma série de medidas para aumentar a competitividade portuária. Desde o início da concessão, em 2022, os investimentos realizados e projetados pela concessionária e seus parceiros comerciais já somam mais de R$ 1 bilhão. Ao todo, são 14 novos contratos firmados na atual gestão, enquanto a média anterior era de um novo contrato a cada quatro anos.

“Mesmo diante de um cenário desafiador, a Vports segue acelerando e investindo para capacitar o porto e gerar valor, focados em garantir eficiência e agilidade, viabilizar novos negócios e mostrar ao Brasil o potencial logístico do Espírito Santo”, completa Serrão.
Nesta semana, a concessionária reportou resultados do primeiro semestre deste ano: a receita operacional líquida chegou a R$ 144,5 milhões, com destaque para os novos contratos celebrados – como exploração de uma área extra de 70 mil metros quadrados em Capuaba, Vila Velha. O espaço corresponde a 60% da área total operada hoje pela Log-In/TVV e demandará investimentos de R$ 35 milhões para atender à crescente demanda do mercado de importação e exportação de cargas, incluindo contêineres, granito, produtos siderúrgicos e fertilizantes.
O período também foi marcado pelo aumento na movimentação de cargas de produtos como fertilizantes, que cresceu 13% nos primeiros seis meses do ano em relação ao mesmo período de 2024; e combustíveis, que registrou aumento de 15% frente ao primeiro semestre do ano passado. Em junho deste ano, o porto registrou o maior número de veículos importados em um único mês: 49.650.