Das Diretas Já ao fim da escala 6×1, CUT celebra 42 anos de luta pela classe trabalhadora e pela democracia

Nesta quinta-feira (28), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) celebra 42 anos de defesa da classe trabalhadora e da democracia. A história da entidade é marcada por articulações e manifestações em momentos históricos, como a campanha das Diretas Já, nos anos 80; e, mais recentemente, a mobilização pela campanha do Plebiscito Popular por Um Brasil Mais Justo e Soberano.

Em 1983, ano da sua fundação, a greve geral contra o arrocho salarial organizada pela Comissão Nacional Pró-CUT paralisou, em todo o Brasil, aproximadamente três milhões de trabalhadores de importantes categorias, como metalúrgicos, bancários, metroviários, comerciários e servidores públicos. As mobilizações começaram em julho e, no mês seguinte, nascia a CUT.

Aqueles eram os últimos anos do processo de redemocratização do país. A união das pautas da classe trabalhadora foi essencial para tudo o que seria construído nos espaços de debate e reivindicações de direitos trabalhistas.

Nestas quatro décadas de atuação, a CUT articulou greves em todo Brasil por reajustes salariais, garantias no emprego e contra demissões e trabalhos precarizados; campanhas por trabalho, terra, moradia, salário, previdência pública e caravanas em defesa da democracia, entre tantas outras.

Em 15 de março de 1991, quando o governo Collor completava um ano, a entidade convocou a população para passeatas, paralisações, panelaços e grandes atos públicos. As principais palavras de ordem eram: chega de arrocho salarial, chega de miséria, chega de desemprego, construir a greve geral.

Um ano depois, a CUT, junto de partidos políticos e movimentos populares, chamava o povo às ruas para a Campanha Nacional Por uma Vida Melhor, com Liberdade e Democracia. Entre as reivindicações, constavam salário e emprego para todos, defesa das estatais e do serviço público, reforma agrária e o não pagamento da dívida externa. Em São Paulo, um ato público reuniu 10 mil pessoas.

Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a CUT esteve ao lado dos trabalhadores no combate às privatizações. No dia 3 de maio de 1995, começou a greve dos trabalhadores do setor público e das estatais, sobretudo dos petroleiros. Com duração de 32 dias, foi considerada a principal ação de resistência à política contra a venda das estatais brasileiras.

Na defesa do estado democrático de direito, a entidade esteve, junto à população brasileira, nos atos que pediram o impeachment de Collor; protestou contra as medidas econômicas neoliberais de FHC; contra a reforma trabalhista de Michel Temer e contra as destruições sociais do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro (PL).

Em 2017, CUT, as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e demais centrais sindicais convocaram trabalhadores para protestos contra a Reforma Trabalhista e, principalmente, contra a Reforma da Previdência propostas pelo governo golpista.

“A PEC 287/16, ao propor idade mínima de 65 anos para aposentadoria de homens e mulheres e 49 anos de contribuição, condena os/as trabalhadores/as a morrerem trabalhando”, destacou a entidade, em publicação no site oficial.

Em todo o país, 1,5 milhão de pessoas participaram diretamente das paralisações em fábricas, bancos, transportes públicos, bloqueios de avenidas e rodovias, atos e passeatas. Na Avenida Paulista, em São Paulo, 250 mil pessoas se reuniram num grande ato contra as reformas e o governo ilegítimo de Michel Temer.

No campo da solidariedade internacional, a CUT tem trabalhado no desenvolvimento de estratégias conjuntas para o enfrentamento de políticas neoliberais – de privatização, de concentração de capital e altos lucros – que ferem a soberania nacional e proliferam práticas especulativas, resultando na precarização das condições e relações de trabalho. Na defesa desses temas, entra participação na campanha do Plebiscito Popular, que realiza consulta pública para saber o que a população brasileira pensa sobre o fim da escala 6×1 e a isenção do imposto de renda para que tem salários de até R$ 5 mil.

Presente em todos os ramos de atividade econômica do país, a CUT se consolida como a maior central sindical do Brasil, da América Latina e a 5ª maior do mundo, com 3.806 entidades filiadas, 7.847.077 trabalhadoras e trabalhadores associados e 23.981.044 trabalhadoras e trabalhadores na base.

Para a comemoração dos 42 anos, está marcado um ato político no Teatro do Sindicato dos Bancários, em Brasília, a partir das 19h, nesta quinta-feira. O evento contará com a presença de parlamentares, ex-dirigentes e militantes históricos que contribuíram para a construção e o fortalecimento da CUT ao longo dessas mais de quatro décadas de atuação firme em defesa dos direitos da classe trabalhadora.

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