
Ministério Público apura caso em que fotos de alunas foram adulteradas e comercializadas via aplicativo de mensagens; pais devem registrar ocorrência nesta quinta-feira (6). Fotos manipuladas de alunas que circulam em grupos de Telegram.
Reprodução
Pelo menos 17 alunas do ensino médio do Colégio Santa Maria, no bairro Floresta, região Leste de Belo Horizonte, denunciam que tiveram fotos delas manipuladas por inteligência artificial (IA) para criar conteúdo pornográfico.
O material, segundo as denúncias, está sendo divulgado e até comercializado em um grupo no Telegram por um estudante de 15 anos, da mesma escola.
De acordo com relatos, o autor já tem histórico de bullying e circula entre diferentes unidades da escola. As imagens foram produzidas por IA sem consentimento das meninas, a partir de fotos publicadas pelas alunas em redes sociais.
Em nota, o colégio informou que “adotou medidas como acolhimento às vítimas” e que também “comunicará o Conselho Tutelar, o MPMG e a Delegacia de Crimes Cibernéticos”. (leia na íntegra ao final da reportagem)
Alunos do 3º ano do ensino médio publicaram uma nota de repúdio nas redes sociais, classificando o caso como “importunação sexual, exposição indevida e violência digital”. O texto exige punição rigorosa e destaca a insegurança vivida pelas estudantes.
As vítimas e familiares pretendem formalizar as denúncias junto às forças de segurança ainda nesta quarta-feira (4). O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) iniciou uma apuração após requerimento da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Nota do Colégio Santa Maria na íntegra
“O Colégio Santa Maria Minas desenvolve sistematicamente atividades educativas voltadas ao uso ético e responsável da tecnologia, contemplando medidas de prevenção e combate das diversas formas de violência que ameaçam crianças e adolescentes, no mundo concreto e no ambiente digital.
Diante das denúncias, a instituição já adota medidas pedagógicas e jurídicas:
1 – Acolhida e escuta das vítimas e de seus familiares.
2 – Convocação e escuta do suposto autor e seus familiares.
3 – Aplicação de medidas disciplinares conforme o Regimento da Instituição.
4 – Intensificação de atividades formativas nas turmas do ensino médio sobre bullying e suas consequências jurídicas.
5 – O Conselho Tutelar, Ministério Público e Delegacia de Crimes Cibernéticos serão comunicados sobre o ocorrido.”
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