
O prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo, deve anunciar em breve a ordem de serviço para a Praça do Tropeiro. A praça fica localizada em um ponto estratégico da cidade, na rua Pôrto Velho, no Centro. A expectativa é transformar o espaço em um ambiente mais acessível, seguro e acolhedor para os frequentadores, mas além das melhorias estruturais, surge uma demanda popular que é a preservação e adequação da área do tradicional samba de roda.
Para entender as principais melhorias e como a obra será integrada às atividades culturais já consolidadas, conversamos com o engenheiro Djavan Aragão, subsecretário de Planejamento do município. Segundo Djavan, a requalificação da praça vai além da melhoria urbana.
“A Praça do Tropeiro tem grande importância histórica e simbólica para a cidade. É ponto de chegada dos moradores dos distritos que movimentam o comércio local, além de palco de uma manifestação cultural de grande valor, o samba de roda realizado semanalmente. Urbanisticamente é um importante ambiente de convivência que tem a finalidade de proporcionar aos frequentadores um alívio ao adensamento urbano existente no local. Está localizada e próxima a um importante centro logístico e funciona como ambiente de interação entre os frequentadores vindo dos distritos e os residentes na cidade. A estrutura atual carece de intervenções para dar mais conforto aos frequentadores, isso motivou ao prefeito a solicitar a Secretaria de Planejamento o projeto de requalificação do local.”
Intervenções previstas
O projeto inclui mudanças significativas. O atual piso de pedra portuguesa será substituído por piso intertravado colorido, mais moderno e durável. Os telhados dos quiosques serão revisados, o banheiro público hoje inutilizado será revitalizado, e as tubulações de esgoto, restauradas. As estruturas de concreto, como bancos e arena, também passarão por recuperação.
Outro destaque será a criação de vagas de estacionamento a 45 graus, organizando melhor o fluxo de veículos vindos dos distritos e melhorando a mobilidade da região. Em atenção ao samba, está prevista a instalação de um palco coberto com estrutura de lona tensionada, oferecendo melhores condições para músicos e frequentadores.
Acessibilidade e paisagismo
O novo projeto atenderá às normas de acessibilidade, com rampas construídas conforme a ABNT 9050. Algumas escadarias serão substituídas por rampas, promovendo inclusão para pessoas com mobilidade reduzida. “A praça será mais acessível, confortável e segura para todos”, reforça Djavan.
Em relação à área verde, o subsecretário informa que, embora não houvesse canteiros antes, o novo projeto inclui a criação de espaços gramados, preservando as árvores existentes e causando o mínimo impacto ambiental. A iluminação pública da praça também será revisada para garantir mais segurança durante o uso noturno.
“O projeto manteve a área de convivência existente. Foi solicitado o menor impacto possível na intervenção, modernizando o local mas sem ocasionar grandes mudanças. Os espaços atuais como os quiosques, a arena e o monumento serão preservados. Observou-se que não haviam espaços verdes na praça, portanto, foram criados canteiros gramados. Priorizou-se manter as árvores do local, causando o mínimo impacto possível. A iluminação será toda revisada,” contou.
Cultura preservada durante as obras
O tradicional Samba, que já virou patrimônio afetivo dos frequentadores do local e da cidade, seguirá sendo valorizado. O projeto contempla um palco iluminado no centro da arena.
“O projeto prevê a criação de um palco iluminado na arena que se encontra no centro da praça, trazendo um conforto maior para os participantes desse importante evento cultural do local”, compartilhou.
Durante a execução das obras, a prefeitura pretende manter o diálogo com os músicos, feirantes e comunidade.
“Já realizamos audiências com representantes da cultura do samba de roda e dos vendedores. Foi indicada a necessidade de adequação das atividades durante a obra, o que é normal em casos de intervenções de engenharia. Está em análise a possibilidade da realização da obra em etapas e até da utilização dos espaços vizinhos (calçadas) com uma estrutura para acomodar os frequentadores provisoriamente”, explicou Djavan.
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