O presidente russo, Vladimir Putin, assinou nesta quarta-feira (14) uma ordem sobre a composição da delegação russa que irá participar das negociações com a Ucrânia em Istambul, nesta quinta-feira (15). De acordo com o documento, a comitiva será liderada pelo assessor presidencial e ex-ministro da Cultura, Vladimir Medinsky.
O dia foi marcado por bastante expectativa sobre a possível participação do presidente russo, Vladimir Putin, nas negociações diretas em Istambul, considerando que o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou anteriormente que iria para a Turquia para se reunir “pessoalmente” com o presidente russo.
No último fim de semana, o presidente russo propôs a realização de uma reunião direta entre Rússia e Ucrânia, em Istambul, em 15 de maio, sem pré-condições. Posteriormente, Zelensky afirmou que deveria ser anunciado um cessar-fogo antes de qualquer encontro e declarou que iria viajar para Istambul para aguardar o presidente Vladimir Putin para se reunir “pessoalmente”.
Com a confirmação de que Putin não está na lista da delegação russa – também não há presença de ministros – a expectativa é que o nível da delegação ucraniana também seja rebaixado.
De acordo com a nota divulgada pelo Kremlin, além do assessor Vladimir Medinsky, a delegação russa para as negociações com a Ucrânia será composta pelo vice-ministro das Relações Exteriores, Mikhail Galuzin, o chefe da Diretoria Principal do Estado-Maior do Exército, Igor Kostyukov, e o vice-ministro da Defesa, Alexander Fomin.
Além disso, também foram incluídos na lista da delegação russa alguns “especialistas para negociações” que vão a Istambul, mas que não figuram na lista principal de negociadores diretos com a parte ucraniana.
Serão as primeiras negociações diretas entre Rússia e Ucrânia desde março de 2022, logos após o início da guerra. Na ocasião, a delegação russa também foi chefiada pelo assessor Vladimir Medinsky.
Anteriormente, o presidente ucraniano havia declarado que só se encontraria pessoalmente com Vladimir Putin e determinaria a composição da delegação ucraniana quando soubesse quem representaria a Rússia.
Ao mesmo tempo, o presidente ucraniano já havia emitido uma ordem determinando que o chefe do gabinete presidencial Andriy Yermak, o ministro das Relações Exteriores, Andriy Sybiha, e o ministro da Defesa Rustem Umerov, estão autorizados a conduzir negociações em nome de Kiev.
O impasse sobre a reunião russo-ucraniana em Istambul girou em torno da exigência de Kiev e seus parceiros ocidentais de estabelcer um cessar-fogo incondicional de 30 dias como condição para o início das negociações. Moscou, por sua vez, insistiu em realizar conversações “condições pré-determinadas”.