“Quem dá voto não é partido”, diz Euclério após federação articular disputa ao governo

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Euclério Sampaio (Foto: Thiago Soares/Folha Vitória)

Um dia após as lideranças da nova federação União Progressista declararem apoio ao projeto do governo do Estado, mas com a condição de que o deputado federal Da Vitória (PP) participe da disputa majoritária, sendo na 2ª vaga ao Senado ou ao governo – caso o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) não se viabilize –, o prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), reagiu.

Aliado de primeira hora do governador Renato Casagrande (PSB) e um dos que mais tem defendido o nome de Ricardo à sucessão, Euclério disparou indiretas e alfinetadas, afirmando que não trabalha com plano B e que se tem alguém torcendo para que Ricardo não se viabilize é por não ter comunhão com o grupo.

“Meu apoio é a Ricardo Ferraço. Ele é o plano A e entendo que o nosso grupo não tem plano B. Só pensaria em outro nome se Ricardo disser que não é candidato”, disse o prefeito à coluna De Olho no Poder na tarde desta quarta-feira (28).

O prefeito disse que é função, de quem está no grupo do governador, ajudar para que o nome do vice seja viável para a disputa e chegou até a citar a música “Pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré, como exemplo:

Tenho visto algumas entrevistas sobre Ricardo se viabilizar ou não. Quem tem que fazer ele ficar 100% viabilizado somos nós, não é esperar que isso aconteça. Tem até uma música: ‘Quem sabe faz a hora’. Somos nós que temos de correr atrás para resolver.

Euclério citou que está preparando uma reunião política com seis mil pessoas para Ricardo Ferraço, em Cariacica. “Será no dia 9 de junho, às 18h30, no Matrix. Eu estou fazendo a minha parte. Agora se tem alguém torcendo para Ricardo não se viabilizar é porque não está em comunhão com o grupo”, afirmou.

Federação x Prefeitos

Ricardo Ferraço, Da Vitória, Casagrande e Marcelo Santos em encontro no Palácio Anchieta (foto: divulgação)

O encontro em que o apoio e as condições da federação União Progressista foram colocados na mesa ocorreu no Palácio Anchieta, conforme noticiado pela coluna De Olho no Poder, e contou com a presença de Casagrande, Ricardo, Da Vitória e do presidente da Assembleia, Marcelo Santos (União).

Em entrevista para a coluna, Da Vitória e Marcelo disseram que levaram para o governador que a federação que será formada pelos partidos União Brasil e PP tem peso para debater a disputa majoritária e ter a preferência na escolha à sucessão do Palácio Anchieta, caso Ricardo não dispute.

Da Vitória chegou a ser citado pelo governador como possíveis nomes à sucessão. Mas, ele está numa lista com outros quatro nomes, todos atrás de Ricardo, que é a prioridade do governo.

“Nós respeitamos todos os nomes colocados, mas para disputar a eleição tem que ter uma agremiação. Nós temos uma federação que se torna o maior partido do País e, consequentemente do Estado. Que isso seja olhado, pesado no nosso grupo. Que agregue valor na hora da decisão. Da Vitória é um grande ativo para ser senador, mas não tendo a candidatura do Ricardo ao governo, o nome de Da Vitória está colocado”, afirmou Marcelo Santos, na ocasião.

Sem citar nomes, Euclério rebateu. Disse que partido não dá votos e que os prefeitos da Grande Vitória tiveram uma boa aprovação nas urnas, no ano passado, o que os credenciaria a serem candidatos também.

Vi que uma liderança partidária disse sobre os prefeitos que querem ser candidatos mas que não têm partido. Quem dá voto não é partido. Não é partido que vai lá na urna digitar e votar. Às vezes, uma liderança tem partido, mas não tem voto. Os prefeitos da Grande Vitória foram muito bem avaliados na reeleição, então essa questão de ter partido é relativa, o que se precisa pra ganhar a eleição é voto, convencer o eleitor que seu projeto é o melhor, e é isso que nós vamos fazer”, disse Euclério.

Em tom professoral, o prefeito ainda falou que é preciso pensar no coletivo. “Eu estou focado na minha cidade, que pra mim é mais importante. Temos que colocar o interesse coletivo acima do pessoal. Todo mundo quer ser governador, mas temos que ver o que é melhor para o povo do Estado. E o que o povo vai discutir é projeto, não é se o cara tem partido forte. O povo quer ver entregas, quer ver serviços”.

Questionado sobre a quem estava se referindo, Euclério disse que era “para geral” e encerrou a fala indignada com um versículo bíblico: “Todo mundo tem direito de ser candidato, todo mundo tem o direito de sonhar. Mas a soberba precede a queda”.

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