
Tosse persistente, febre e mal-estar: esses são alguns dos sinais da coqueluche, infecção que é considerada de grande relevância para a saúde pública por ser de alta transmissibilidade e significativa causa de internação infantil.
Em 2024, foram notificados 7 mil casos, segundo dados do Ministério da Saúde, o maior número de casos desde 2014.
Apesar de ser considerada uma “doença do passado” por muitas pessoas, pela diminuição de casos constatados, a coqueluche ainda preocupa, principalmente pela dificuldade de mantê-la controlada.
O que causa a coqueluche?
Segundo o Luan Lessa, médico de família da Bluzz Saúde, a coqueluche é uma doença respiratória causada pela bactéria Bordetella Pertussis e afeta, especialmente, pacientes até seis anos de idade.
Felizmente, possui baixa mortalidade, mas contrasta com altas taxas de hospitalização para o manejo do problema.
Ainda de acordo com o especialista, a transmissão ocorre por contato direto com gotículas e aerossóis de pessoas infectadas.
Quais os sintomas da coqueluche
Luan Lessa explica que os sintomas da coqueluche podem ser divididos em três fases sequenciais: fase catarral; fase paroxística; e fase de convalescença.
Na primeira fase, de duração aproximada de uma a duas semanas, o paciente apresenta sintomas típicos de um resfriado comum, como febre baixa, tosse seca, coriza e sensação de mal-estar.
Na segunda fase, de duração aproximada de duas a seis semanas, os sintomas menos específicos costumam cessar, mas permanece o quadro da típica tosse que a doença causa: com guincho e em crises súbitas, intensas e frequentes, geralmente, acompanhadas de vômitos.
Na última fase, é possível observar diminuição da frequência e intensidade das crises de tosse. Entretanto, a tosse pode persistir por várias semanas seguintes.
Formas de tratamento e prevenção
Quando diagnosticada clinicamente, a coqueluche pode ser tratada com o uso de antibióticos para erradicação da bactéria no trato respiratório.
“O diagnóstico pode ser feito a partir da suspeita clínica, ao se reconhecer o padrão de apresentação da doença, mas é importante ressaltar que o diagnóstico não é de fácil conclusão quando em seus estágios iniciais, uma vez que é comumente confundido com viroses”, explica o médico.
Já a prevenção é principalmente feita a partir da vacinação, oferecida a partir dos 2 meses de vida. Além disso, Luan Lessa explica que evitar contato direito com sintomáticos respiratórios também é uma forma de se previnir.
Ele ainda destaca que, apesar dos grupos de maior risco serem crianças sem vacinação ou com vacinação incompleta, adultos fragilizados também podem ser contaminados.
“Por saber que a proteção adquirida contra a doença não é permanente, cabe ressaltar que adultos e idosos mais fragilizados podem se contaminar e apresentar quadros mais reservados. Um exemplo disso é o reforço vacinal preconizado para as gestantes”.