Avanço da celulose impulsiona valorização de terras em Mato Grosso do Sul

A valorização das terras agrícolas e pecuárias em Mato Grosso do Sul segue em alta, impulsionada por fatores como o aumento dos investimentos estrangeiros, o potencial logístico da Rota Bioceânica e a transformação da matriz econômica regional. O setor de papel e celulose tem papel de destaque nesse processo, com grandes fabricantes investindo no estado.

Segundo levantamento da Scot Consultoria, Corumbá lidera a valorização das terras para pastagens, com alta de 62,7% no primeiro quadrimestre de 2024. Em seguida aparecem Três Lagoas (20,7%), Aquidauana (17,7%) e Bodoquena (17,2%). No segmento agrícola, os maiores aumentos ocorreram em Bodoquena (38,8%), Dourados (37,1%) e Coxim (21,8%).

Para o engenheiro agrônomo da Scot Consultoria, Gustavo Duprat, diversos fatores explicam a valorização. “Os principais fatores que influenciam o aumento dos preços das terras para agricultura são a baixa disponibilidade de áreas para negócios e a valorização de propriedades com localização estratégica e melhor infraestrutura”, afirma.

 

Em Corumbá, a posição geográfica estratégica, com acesso ao rio Paraguai e proximidade com a Bolívia, tem favorecido o escoamento da produção e atraído investimentos. Em alguns casos, o valor do hectare ultrapassa R$ 150 mil. No acumulado de 14 anos (2010–2024), as terras pecuaristas no estado valorizaram 476,04%, e as de lavoura, 730,22%, segundo dados da consultoria americana S&P Global Commodity Insights, compilados pelo corretor rural Pedro Travain. Com retorno superior ao de aplicações financeiras tradicionais, a terra se tornou um dos ativos mais rentáveis do período.

O setor de celulose é um dos principais vetores desse crescimento, com quase R$ 50 bilhões anunciados por empresas do setor só em 2024. A Suzano destinou R$ 22,2 bilhões para construir, em Ribas do Rio Pardo, a maior fábrica de celulose do mundo, apoiada por 599 mil hectares de base florestal. A chilena Arauco, por sua vez, confirmou um investimento de R$ 25 bilhões em Inocência, com início das operações previsto para 2027.

Esses empreendimentos contribuem para o avanço das florestas plantadas no estado, com a área com eucaliptos saltando de 300 mil hectares em 2009 para 1,4 milhão em 2023, crescimento de 466%, segundo o Incra. Até 2030, a previsão é atingir 2 milhões de hectares, o que deve consolidar Mato Grosso do Sul como o maior produtor de eucalipto do Brasil.

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