Ceratopigmentação: quais os riscos de mudar a cor dos olhos

Maya Massafera e Andressa Urach fazem Ceratopiguimentação
Reprodução: Instagram/redes sociais

Você mudaria a cor dos seus olhos? Recentemente as influenciadoras Maya Massafera e Andressa Urach chamaram a atenção dos seus seguidores ao compartilharem os resultados após a ceratopigmentação, cirurgia que altera permanentemente a cor dos olhos.

Ambas viajaram até a França para realizarem o procedimento e ambas afirmaram que se tratava de um sonho estético antigo. “Realizei um sonho de infância”, escreveu Urach em publicação nas redes sociais.

Mas afinal, a ceratopigmentação pode ser um risco para a saúde dos olhos?

Os riscos da ceratopigmentação

A ceratopigmentação, ou “tatuagem dos olhos”, tem sido cada vez mais comum entre famosos e influenciadores e é considerada uma das novas “queridinhas” quando o assunto são as cirurgias estéticas. Entretanto o procedimento pode trazer altos riscos aos seus adeptos.

O oftalmologista do Hospital de Olhos Vitória, Pedro Trés Vieira Gomes, alerta que o procedimento pode causar complicações sérias.

Existe risco de lesões na córnea, infecções graves, dor, ardência, sensibilidade à luz, lacrimejamento persistente e dificuldade para enxergar. Em alguns casos, a cicatrização pode ser inadequada, levando à perda parcial ou total da visão, sem possibilidade de reversão.

Além disso, o especialista explica que a córnea é uma estrutura delicada e essencial para a visão e que, por isso, procedimentos invasivos, com finalidade estética, não são indicados.

“A ceratopigmentação é uma alternativa considerada apenas em casos extremos, como perda visual definitiva em um dos olhos, deformidades ou sintomas intensos como a fotofobia. Mesmo assim, é uma técnica arriscada, que deve ser feita por profissionais altamente qualificados”, reforça Pedro.

Dificuldades na realização de exames oftalmológicos

Além dos riscos que o próprio procedimento representa, o pigmento aplicado na córnea também pode dificultar a realização de exames oftalmológicos, como o mapeamento de retina, além de interferir na identificação e no tratamento de problemas oculares, como a catarata.

“É preciso refletir se vale à pena colocar em risco a própria visão por um desejo estético. Nesses casos, os riscos superam qualquer possível benefício”, alerta o oftalmologista.

Procedimento é proibido no Brasil

A escolha de realizar o procedimento fora do país não foi motivada apenas pela escolha do profissional, mas também porque ele é proibido para fins estéticos no Brasil.

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) só autorizam a realização da ceratopigmentação em situação específicas como em pacientes cegos ou que apresentam leucomas (manchas brancas na córnea), sequelas de traumas ou defeitos congênitos que comprometem a estética ou a função ocular.

Em nota publicada nas redes sociais, a CBO alertou contra a realização do procedimento e reforçou os perigos envolvidos na prática.

“O Conselho Brasileiro de Oftalmologia alerta: esse procedimento só deve ser feito em situações específicas, comCeratopigmentação indicação médica e por médico oftalmologista (atenção ele deve ter registros: CRM e RQE)”, reforçou o conselho.

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