
Morão (União Brasil) retornou à Casa Legislativa de Santo Antônio de Jesus, no recôncavo baiano na noite de segunda-feira (30). Vereador suspeito de tentativa de feminicídio pede desculpas às mulheres
O vereador suspeito de tentativa de feminicídio contra a esposa, Edivan de Jesus Santos, conhecido como Morão (União Brasil) retornou ao mandato na Câmara Municipal de Santo Antônio de Jesus, no recôncavo baiano, na noite de segunda-feira (30). Durante o discurso, ele pediu desculpas às mulheres.
“Uso essa tribuna com muita humildade, de cabeça erguida. […] Venho aqui pedir perdão às mulheres, em nome da vereadora Adriana. Faço isso em nome da hierarquia que minha família me ensinou, e aqui está presente minha família. Elas sempre me ensinaram que as mulheres devem ser respeitadas, e aqui eu peço perdão”, disse o parlamentar.
Morão foi autorizado a retomar o cargo na última semana. O político havia solicitado o afastamento dos trabalhos na Casa em 24 de fevereiro, quando teve a prisão preventiva decretada. Na ocasião, o pedido foi aprovado por unanimidade e o suplente Sérgio Gordo do Mutum (União Brasil) assumiu o posto.
Em nota divulgada à época, a Câmara Municipal repudiou todas as formas de violência, especialmente contra a mulher e afirmou estar acompanhando os desdobramentos do caso com atenção e responsabilidade. A presidência da Casa também reforçou a confiança no trabalho das autoridades competentes e reafirmou o compromisso com políticas públicas de proteção e combate à violência de gênero.
“Reiteramos nossa solidariedade a todas as mulheres e reafirmamos nosso compromisso com políticas públicas de proteção e combate à violência”, dizia o comunicado.
Vereador Morão (União Brasil) é suspeito de tentativa de feminicídio contra companheira
Divulgacand
Relembre o caso
De acordo com a Polícia Civil, a tentativa de feminicídio aconteceu no dia 22 de fevereiro, na residência do casal, localizada no bairro Salgadeira, em Santo Antônio de Jesus. A companheira do vereador, uma mulher de 41 anos, relatou que foi agredida com golpes de faca e com um pedaço de madeira durante uma discussão motivada por ciúmes.
Ela foi socorrida e levada a uma unidade de saúde, onde recebeu atendimento médico. Após o episódio, solicitou uma medida protetiva e foi acompanhada por uma equipe policial para retirar seus pertences da residência do casal.
Dois dias depois, em 24 de fevereiro, a Justiça decretou a prisão preventiva do político e a assessoria dele enviou à Câmara o pedido de afastamento por 120 dias, aprovado por unanimidade. Mas Morão passou cerca de 20 dias foragido até ser preso em 12 de março, em Boipeba, distrito do município de Cairu, a cerca de 300 km Salvador. De acordo com informações divulgadas pelo delegado Fábio Santos, o vereador foi encontrado em uma casa e recebeu voz de prisão no local.
Após a captura, ele foi transferido para Santo Antônio de Jesus, onde passou por exame de corpo de delito e audiência de custódia. Em seguida, foi transferido para o Conjunto Penal da cidade de Valença.
Soltura de Morão
A soltura ocorreu em 29 de abril após audiência de instrução e julgamento realizados no Fórum Desembargador Wilde de Lima, também em Santo Antônio de Jesus. A sessão ocorreu por videoconferência e contou com os depoimentos do réu e da esposa, vítima no processo.
Durante a audiência, a defesa reiterou o pedido de revogação da prisão preventiva, alegando ausência de fundamentos legais para a manutenção.
O juiz responsável acatou os argumentos apresentados e concedeu o alvará de soltura, permitindo que Morão responda ao processo em liberdade.
O advogado do vereador, José Antônio de Aquino Neto, emitiu nota à imprensa afirmando que a defesa “sempre acreditou na inocência do Sr. Edivan de Jesus Santos”. Ele destacou que o caso deve ser conduzido com cautela e dentro do devido processo legal.
“Reafirmamos nosso compromisso em garantir que a verdade prevaleça, confiando na Justiça. No entendimento da defesa, todo julgamento precipitado é arbitrário”, declarou o advogado.
Morão foi eleito vereador com 1.572 votos. Esse é o segundo mandato do político de 38 anos, também eleito em 2020 pelo MDB.
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