Cerca de 300 ativistas da Frente Povo Sem Medo ocuparam durante uma hora, na manhã desta quinta-feira (3), o saguão do prédio do banco de investimento Itaú BBA na avenida Faria Lima, em São Paulo (SP). Localizado no centro do mercado financeiro brasileiro, o edifício de R$ 1,5 bilhão e fachada de vidro é conhecido por ser o mais caro do país.
A manifestação defende a taxação dos super-ricos, tema que ganha força no debate público desde que o Congresso Nacional derrubou, no último 25 de junho, a proposta do governo Lula (PT) de alteração na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
“Não é somente uma ação simbólica, é uma denúncia clara: os donos do Itaú, que compraram esse prédio por R$ 1,5 bilhão, pagam menos imposto que a maioria esmagadora do nosso povo, que luta para pagar aluguel e comer”, denuncia o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), uma das principais entidades que integra a Frente Povo Sem Medo.
Com faixas e cartazes com dizeres como “O povo não vai pagar a conta”, “Chega de mamata” e “Justiça tributária”, os manifestantes demandam que o Congresso Nacional aprove a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês e a tributação de bilionários.
O projeto que prevê essas medidas fiscais tramita em comissão especial na Câmara dos Deputados e está sob relatoria do deputado federal Arthur Lira (PP), antecessor de Hugo Motta (Republicanos) na presidência da Casa. “O povo vai cobrar nas ruas”, diz nota do MTST.
Depois de o Executivo sofrer a derrota de ter a proposta do IOF derrubada na Câmara dos Deputados, o PT lançou a campanha “taxação BBB”, pela tributação de bilionários, bets e bancos. Em caminhada em Salvador (BA) nesta quarta-feira (2), o presidente Lula (PT) levantou um cartaz em defesa da “taxação dos super ricos”.
Em nota, o MTST afirma que a ação no “Edifício Faria Lima 3500” foi só “o começo”. O movimento afirma ter sido um esquenta para a manifestação convocada pelas Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular na avenida Paulista no próximo 10 de julho. O ato, divulgado sob o mote “Centrão inimigo do povo”, defende a tributação de bilionários e o fim da escala 6×1 de trabalho.
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