
Criança na Aldeia Tapauku, no lado leste da Terra Indígena Parque do Tumucumaque
Nacip Mahmud/Instituto Iepé
O Instituto Iepé e a União Europeia se uniram a 10 organizações indígenas para uma série de mini documentários que revelam como os povos indígenas da Amazônia estão na vanguarda da sustentabilidade global. Quatro desses povos habitam áreas nos municípios de Óbidos e Oriximiná, no oeste do Pará.
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Em 2015, a ONU criou 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. A ideia é que esse conjunto de objetivos globais seja atingido até o ano 2030.
Na série publicada pelo Instituto Iepé, quatro mini documentários mostram como os modos de viver dos povos indígenas colaboram, na prática, para que esses objetivos sejam alcançados.
Os mini documentários fazem parte do projeto “Nossas Terras, Nossas Aldeias: Terras Indígenas do Amapá e Norte do Pará”, projeto financiado pela União Europeia em parceria com o Instituto Iepé e 10 organizações indígenas, com a finalidade de fortalecer a prosperidade e qualidade de vida de 20 povos indígenas da Amazônia brasileira.
O projeto teve algumas frentes. Em uma delas, o foco esteve na implementação dos Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTAs) das 10 Terras Indígenas (TIs) em que o Iepé atua no Amapá, no norte do Pará e divisas com Roraima e Amazonas: TIs Galibi, Juminá e Uaçá , Wajãpi, Parque do Tumucumaque, Rio Paru D’Este, Zo’é (Óbidos-PA) Kaxuyana-Tunayana, Nhamundá-Mapuera e Trombetas-Mapuera (Oriximiná-PA). No total, são mais de 13 milhões de hectares – uma área equivalente a quase 13 milhões de campos de futebol.
As atividades desenvolvidas nessa frente incluíram a proteção e a segurança das TIs, o desenvolvimento de atividades socioeconômicas sustentáveis e o protagonismo das mulheres indígenas, além da produção da série de quatro mini documentários, cada um fazendo referência a um ou mais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que coincidem com os modos de viver desses povos indígenas.
Confira os quatro vídeos que compõem a série:
Proteção Territorial nas Terras Indígenas
ODS 15 – Vida Terrestre – Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres. Uma das formas de proteger as terras indígenas é monitorá-las por expedições de fiscalização, realizadas pela Funai, ou por expedições de vigilância, realizadas pelas comunidades indígenas. Descubra como acontecem essas expedições, seja por terra ou por rios, e como mobilizam centenas de pessoas na defesa da floresta em pé e dos recursos naturais protegidos.
Segurança Alimentar nas Terras Indígenas
ODS 1 – Erradicação da Pobreza – erradicar a pobreza extrema para todas as pessoas em todos os lugares
ODS 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável – Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.
Açaí, farinha de mandioca, castanha, mel, pimenta e artesanato: esses são alguns dos produtos da sociobiodiversidade dos povos indígenas do Amapá e norte do Pará. Eles resultam do manejo tradicional e sustentável dos territórios e geram impactos positivos para a segurança alimentar, conservação da biodiversidade e proteção das florestas.
Energia Solar nas Terras Indígenas da Amazônia
ODS: 7 – Energia Limpa e Acessível – Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todas e todos.
Para melhorar a proteção territorial, governança e saúde é necessário garantir o acesso à comunicação e à energia limpa para todos.
Foram instalados sistemas de energia solar em 15 aldeias: 13 na região do Tucumaque e mais 2 no Oiapoque. Os indígenas que vivem nesses territórios também foram capacitados para fazer a operação desses sistemas – como, em geral, essas são regiões de difícil acesso, é preciso que os indígenas tenham o conhecimento prático e teórico para realizar a manutenção dos equipamentos.
A importância das organizações indígenas
ODS: 16 – Paz, Justiça e Instituições Eficazes
Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
As organizações indígenas são cruciais para que os povos e comunidades façam a gestão de seus territórios e tenham representação política para a defesa de seus direitos e modos de vida.
O Projeto “Nossas Terras, Nossas Aldeias” apoiou nove projetos de organizações indígenas do Amapá e Norte do Pará. Por meio de editais, no total R$ 180 mil foram disponibilizados para que elas desenvolvessem suas próprias iniciativas de gestão territorial e ambiental, governança interna, fortalecimento institucional e economias da sociobiodiversidade.
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