
Todo mundo já ouviu falar dos riscos graves que o cigarro traz para a saúde, como câncer e doenças cardíacas. Mas uma pesquisa inovadora colocou o foco em um efeito visível e, muitas vezes, surpreendente: o impacto profundo do tabagismo no rosto. A prova veio de um dos métodos mais reveladores possíveis: a comparação entre gêmeos idênticos.
Pesquisadores do Departamento de Cirurgia Plástica da Case Western Reserve University, em Ohio, aproveitaram um evento anual que reúne gêmeos na cidade de Twinsburg.
Eles analisaram 79 pares de gêmeos, com idades entre 18 e 78 anos. Cada participante teve sua fotografia tirada por um profissional. Os pares foram divididos em dois grupos principais. O primeiro grupo continha 45 pares onde um irmão fumava e o outro não. O segundo grupo incluiu gêmeos que ambos fumavam, mas com uma diferença crucial: um deles tinha pelo menos cinco anos a mais de vício que o irmão.

A gêmea à esquerda fumou por mais de duas décadas a mais do que sua irmã (Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos)
Um estudante de medicina e dois médicos experientes avaliaram todas as imagens de forma independente. Eles atribuíram pontuações para características faciais relacionadas ao envelhecimento. Os resultados foram claros e impressionantes. O estudo demonstrou de maneira inequívoca que fumar acelera o envelhecimento facial, e esse efeito pode ser observado mesmo após apenas cinco anos de hábito.
No grupo onde um gêmeo fumava e o outro não, os juízes identificaram o fumante como aparentando ser mais velho em 57% dos casos. A diferença ficou ainda mais evidente no segundo grupo. Quando ambos fumavam, mas um tinha significativamente mais anos de tabagismo, esse irmão foi considerado visualmente mais velho em 63% das comparações.

Embora ambos os gêmeos tenham fumado, o da direita fumou 14 anos a mais do que seu irmão (Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos)
O médico responsável pela pesquisa, Dr. Bahman Guyuron, explicou os mecanismos biológicos por trás dessa transformação precoce. A fumaça do cigarro interfere gravemente na saúde da pele. Ela reduz a produção de colágeno, uma proteína essencial para a firmeza.
Ao mesmo tempo, promove a degradação do colágeno existente e diminui a circulação sanguínea na pele. Outro componente, a nicotina, contribui diretamente para o afinamento da pele. A combinação desses fatores resulta numa perda significativa da elasticidade natural, levando ao aparecimento prematuro de sinais de envelhecimento.
Os efeitos observados pelos médicos foram bastante específicos. Os gêmeos fumantes apresentavam características marcantes em comparação aos seus irmãos. Entre os sinais mais comuns estavam pálpebras superiores mais caídas, sulcos mais profundos que ligam o nariz à boca (conhecidos como sulcos nasolabiais), linhas mais visíveis ao redor dos lábios e mandíbulas menos definidas, com uma aparência de flacidez.
O Dr. Guyuron destacou um sinal particularmente revelador: o aparecimento de “festões”, que são bolsas ou franjas de pele flácida, sob os olhos. Ele afirmou que esse é um indicador tão forte do tabagismo que, ao ver esse traço em pacientes, já sabe que eles fumam.
É importante mencionar que o estudo considerou outros fatores que também influenciam o envelhecimento, como consumo de álcool, níveis de estresse e uso de protetor solar. No entanto, não avaliou detalhes sobre a dieta dos participantes ou seus ambientes de vida. Mesmo assim, as conclusões sobre o efeito do cigarro na aparência facial são robustas e reforçadas por outras pesquisas similares.

Médicos dizem que muitas vezes é óbvio quando alguém fuma (Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos)
Um outro estudo com múltiplos pares de gêmeos idênticos também chegou a resultados convergentes, destacando igualmente o peso negativo do tabagismo e da exposição solar excessiva na pele. A observação de uma gêmea que nunca fumou e evitava o sol, que expressou satisfação por ser frequentemente considerada a mais jovem, ecoa as descobertas da equipe de Ohio.
Esse Gêmeos revelam mudança chocante no rosto após um deles fumar e o outro não foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.