
O Ensino Médio Salesiano fortalece sua proposta com uma nova metodologia que potencializa resultados sem perder sua essência
Divulgação
Desde que as escolas brasileiras passaram a restringir o uso de celulares em sala de aula, os efeitos positivos já começam a ser percebidos. Mais lúdico, mais livros, mais contato olho no olho e menos ansiedade. Mas os desafios para preservar a saúde mental em um mundo hiperconectado continuam.
Segundo o relatório anual produzido pela fundação KidsRights, com sede em Amsterdã, divulgado no mês de junho, a crise de saúde mental entre crianças e adolescentes em todo o mundo atingiu um ponto crítico devido à “expansão descontrolada” das redes sociais. Pesquisas mostram que uma em cada sete crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos sofre de algum tipo de problema de saúde mental.
Entre os riscos do uso das redes sociais estão a exposição das crianças a bullying, violência psicológica, exploração sexual, violência de gênero e desinformação.
Por outro lado, o relatório alerta que “os avanços tecnológicos dos últimos anos abriram uma caixa de Pandora de desafios e oportunidades” e restrições rígidas, como a decisão da Austrália de proibir o acesso de redes sociais para menores de 16 anos, não são a melhor solução.
O relatório da KidsRights avalia o compromisso de 194 países com os direitos da criança e o quanto estão se esforçando para melhorá-los.
Então, como tratar o tema? O texto do relatório recomenda uma abordagem mais global e sutil que considere o acesso das crianças a conteúdos educativos e também evite seu isolamento.
O coordenador pedagógico do Salesiano, Robério Sinfrônio, reforça que durante muito tempo a escola foi vista como um espaço apenas para aprendizagem acadêmica, no entanto ela tem desempenhado cada vez mais um importante papel na formação de cidadãos conscientes e críticos.
“No cenário atual, em que predomina o uso das redes sociais e de ações individualizadas, a educação deve ensinar os estudantes a refletirem sobre o conteúdo que consomem nas redes sociais, ajudando-os a distinguir o que é real do que é manipulado. Isso contribui para uma relação mais saudável com as redes e reduz a comparação excessiva que pode gerar ansiedade, baixa autoestima ou depressão”.
Outra alternativa é trabalhar temas como o tempo de uso das redes sociais, os efeitos do vício digital, o cyberbullying e o impacto da hiperconectividade, de forma pedagógica.
“Nossa ação pedagógica busca fortalecer os vínculos interpessoais, ajudando os estudantes a desenvolverem empatia, cooperação e habilidades socioemocionais, aspectos que muitas vezes são enfraquecidos pelo isolamento causado pelo uso excessivo de redes sociais”, elencou.
Despertando a autonomia
Na busca pelo equilíbrio entre saúde mental e o mundo hiperconectado, os Salesianos Bahia reforçam através do Sistema Preventivo de Dom Bosco a base para a formação ética e cidadã. Tendo como pilares razão, religião e amor, o sistema prioriza a formação integral do ser humano, com a busca pelo conhecimento dentro e fora da sala de aula.
“O Sistema Preventivo de Dom Bosco, base da educação salesiana, inspira as nossas escolas a fazerem com que nossos destinatários saibam e sintam-se amados. Para tanto, ajudamos os nossos estudantes a descobrirem e desenvolverem todas as suas potencialidades para que sejam protagonistas de suas próprias vidas, contribuindo significativamente na construção de um mundo melhor”, contou a professora do Núcleo de Formação Continuada dos Salesianos Bahia, Everidiana Sena Santana.
A formação começa pelo coração: por isso, a Pastoral é presença constante na rotina dos estudantes
Luísa Alana
Dentro da proposta pedagógica dos Salesianos Bahia, os estudantes são estimulados a participar de atividades extracurriculares e projetos sociais como forma de desenvolver as habilidades socioemocionais e dotá-los de autonomia.
“Quando os jovens se envolvem em projetos sociais, participam de grêmios estudantis, levantam discussões importantes nas redes sociais ou propõem melhorias para a escola ou a comunidade, eles estão colocando em prática o protagonismo ético. É por meio dessas atitudes que se constrói uma cidadania ativa e consciente”, completou Robério.
Para Dom Bosco, o pátio é sala de aula e o esporte, um caminho de formação integral
Larissa Ramos
Salesianos Bahia e Bernoulli
Em 2026, os Salesianos Bahia adotam um novo sistema de ensino para jovens do Ensino Médio, com o material didático Bernoulli e projetos pautados na demanda da responsabilidade social. São ações de pesquisa, investigação e produção científica para análise dos fenômenos sociais, solução de problemas e intervenções práticas.
Robério Sinfrônio reforça que o protagonismo dos jovens estará inserido em projetos que tem a finalidade de favorecer o desenvolvimento da produção científica e artístico-literária. “É um momento em que a pluralidade de pontos de vista, o debate e o trabalho coletivo culminam em apresentações que refletem variadas formas de expressão e manifestações culturais integrantes do currículo escolar”.
No Sistema Preventivo, a arte é expressão de alma e ferramenta de educação e evangelização
Renata Mascarenhas
“Mantemos os ensinamentos do santo fundador, Dom Bosco, mas com esse material didático pretendemos ampliar as possibilidades de aprofundamento de estudo a partir das expectativas e planejamentos do projeto de vida dos estudantes tanto nas suas escolhas de orientação profissional como para fortalecimento da cidadania”, concluiu.