
Uma ex-funcionária da Casa de Saúde Santana foi presa na manhã desta quinta-feira (7), com Conjunto Vila Olímpia, em Feira de Santana, suspeita de aplicar uma série de golpes em pacientes que buscavam agendamento de cirurgias. Um homem também foi preso por envolvimento no esquema, acusado de ceder contas bancárias para movimentação do dinheiro. A operação foi conduzida pela 1ª Delegacia Territorial, sob o comando do delegado João Rodrigo Uzzum.

“Trata-se de uma ex-funcionária que trabalhou por muito tempo no hospital, agendando cirurgias com médicos da unidade. Ela teve acesso ao banco de dados dos pacientes e usava esse conhecimento para simular agendamentos e cobrar valores de pessoas, muitas delas do interior”, explicou o delegado.
Ao Acorda Cidade, o delegado informou que os golpes vinham sendo aplicados há pelo menos três anos. “Ela foi demitida, mas o número de telefone dela continuou sendo utilizado pelas vítimas, já que muitas pessoas já tinham esse contato salvo. A partir disso, ela continuou aplicando os golpes como se ainda atuasse no hospital.”
A polícia já identificou vítimas em Feira de Santana e em municípios vizinhos, como Catu e Capela do Alto Alegre. “Lá, por exemplo, uma vítima procurou ajuda após pagar R$ 6 mil por uma cirurgia urgente para a sogra, que tinha um grave prolapso de bexiga. A cirurgia nunca foi realizada”, relatou Uzzum.
O delegado detalhou que a suspeita criava todo um ambiente de falsa credibilidade: “Ela marcava a data da cirurgia, pedia que a pessoa ficasse em jejum por até 24 horas, e horas antes do procedimento inventava desculpas absurdas, como falta de assepsia na sala cirúrgica. Tudo para ganhar tempo e enganar as vítimas”.
As investigações apontam que, apenas nos casos já identificados, o prejuízo chega a R$ 45 mil. “Mas sabemos que o número de vítimas pode ser bem maior. Por isso, reforçamos o pedido para que as pessoas procurem a delegacia e denunciem, caso tenham passado por situação semelhante”, alertou o delegado.
De acordo com ele, foram reunidas provas contundentes, como prints de mensagens, áudios e depoimentos. “A materialidade é muito clara. Com base nisso, representamos pela prisão preventiva da ex-funcionária e do homem que cedia as contas bancárias. Também pedimos o bloqueio dos valores existentes nessas contas e mandados de busca e apreensão nas residências dos dois.”
Os suspeitos foram levados para o Complexo Policial do Conjunto Jomafa, onde passaram por exames de corpo de delito e serão interrogados. “Eles serão ouvidos e, em seguida, o inquérito será finalizado e remetido à Justiça”, concluiu o delegado Uzzum.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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