‘Nenhum leite é melhor que o materno’: especialista explica como doar e buscar apoio em bancos de leite

O mês de agosto é marcado pela conscientização e incentivo à amamentação no Brasil. Para marcar a data, na última sexta-feira (1º), o Ministério da Saúde destinou mais de R$ 40,6 milhões para ampliar os serviços dos bancos de leite humano no país, que visa alimentar bebês prematuros e oferecer acolhimento às mães.

“O Brasil tem a maior rede de bancos de leite do mundo, somos referência na América Latina”, afirma Fabiana Araújo, especialista em saúde materno-infantil. Além de receber doações, os bancos ajudam mães a superar dificuldades na amamentação, muitas vezes causadas por “pegada errada no bebê ao peito” ou pelo uso de mamadeira, que pode levar ao desmame precoce.

A especialista explica que os benefícios vão muito além da nutrição. “Para a mãe, diminui as chances de ter risco de câncer de ovário e útero, osteoporose, o sangramento no pós-parto […], ajuda o útero a voltar para o lugar, na perda de peso”, enumera. Já para o bebê, o leite materno protege contra “várias doenças, principalmente respiratórias e gastrointestinais”, complementa.

A recomendação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de aleitamento materno exclusivo até os seis meses, “sem água, sem chá, sem papinha, sem nenhum outro líquido”, reforça Araújo, e continuado até, pelo menos, os dois anos. “Nunca qualquer outro tipo de leite vai ser melhor que o leite humano. É importante reforçar isso”, frisa.

Para uma amamentação adequada e confortável, Araújo reforça que o apoio é fundamental, uma vez que mulheres podem sentir dor “pela técnica inadequada da sucção do bebê no peito”. Além da doação de leite, os bancos também oferecem esse serviço de orientação, indica.

“Se não temos ajuda, desistir é mais fácil. […] Precisamos de uma grande rede de apoio para que essa mãe consiga amamentar. O apoio de quem está em casa, da família, dos profissionais de saúde e de toda a população. […] Essa prática salva milhares de vidas”, alerta.

Como doar leite materno

“A mãe não precisa nem sair de casa para se tornar uma doadora. Eles [equipe] vão até a sua casa, ensinam a fazer ordenha, a armazenar, levam os potes de vidro e marcam uma vez na semana para retirar esse leite”, conta Araújo. As doações são destinadas a bebês prematuros internados. Em alguns casos, parte do leite pode ser pasteurizada e devolvida para a própria mãe armazenar por mais tempo. Para doar, a especialista dá as seguintes orientações:

  1. Encontre o banco mais próximo: Acesse o site da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (BLH) e informe seu CEP para localizar a unidade;
  2. Agende a coleta: O banco de leite agenda a visita, fornece potes de vidro e orienta sobre a ordenha e o armazenamento;
  3. Receba a coleta em casa: Uma equipe retira o leite semanalmente. Todo o processo é gratuito e inclui os exames necessários.

Para ouvir e assistir

O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira, uma às 9h e outra às 17h, na Rádio Brasil de Fato98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

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