Você conhece esse passarinho tão colorido? Saiba qual é e veja características

“Saíra-sete-cores (Tangara seledon) fotografado em Linhares, Espírito Santo – Sudeste do Brasil. Bioma Mata Atlântica. Registro feito em 2013.

ENGLISH: Green-headed Tanager photographed in Linhares, Espírito Santo – Southeast of Brazil. Atlantic Forest Biome. Picture made in 2013.”

É impossível esquecer uma saíra-sete-cores depois de vê-la pela primeira vez. Pequena, vibrante, quase mágica. Tantas cores que o nome parece até modesto. Para mim, ela é uma das aves mais icônicas da Mata Atlântica e um símbolo da natureza capixaba.

“Saíra-sete-cores (Tangara seledon) fotografado em Linhares, Espírito Santo – Sudeste do Brasil. Bioma Mata Atlântica. Registro feito em 2013

As cores da Mata Atlântica

Ao longo dos meus 20 anos fotografando a biodiversidade do Espírito Santo, me acostumei a ver a saíra-sete-cores. Elas aparecem em fragmentos florestais, bordas de mata, jardins, sítios, quintais com árvores frutíferas e, às vezes, bem ao lado da janela. Nunca sozinha. Sempre em um bandinho super charmoso — o que torna a experiência de encontrá-las ainda mais intensa.

“Saíra-sete-cores (Tangara seledon) e Sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris) |fotografado em Linhares, Espírito Santo – Sudeste do Brasil. Bioma Mata Atlântica. Registro feito em 2012

É fácil reconhecê-la: cabeça azul-turquesa, costas pescoço amarelo em cima e preto embaixo, peito azul-claro e asas marcadas por preto, amarelo e azul metálico. Um verdadeiro desfile de cores que desafia qualquer descrição exata. Tente descrevê-la e você também sentirá dificuldades.

“Saíra-sete-cores (Tangara seledon) fotografado em Viana, Espírito Santo – Sudeste do Brasil. Bioma Mata Atlântica. Registro feito em 2013

Além das cores, sua curiosidade e falta de medo do ser humano, às tornam ainda mais especiais. Uma vez, deixei uma maçã cortada sobre a mesa e, ao voltar, encontrei uma dessas danadinhas delicadamente bicando a fruta. Eu ainda nem tinha me servido, mas já considerava bem empregada aquela metade de maçã.

“Saíra-sete-cores (Tangara seledon) fotografado em Linhares, Espírito Santo – Sudeste do Brasil. Bioma Mata Atlântica. Registro feito em 2012

Muito além da beleza

A saíra-sete-cores é sim um “rostinho bonito”, mas sua importância não para por aí. Elas têm um papel ecológico relevante como dispersoras de sementes — por ser frugívora, ajuda a manter as florestas vivas. Mas seu cardápio é variado: além de frutas, ela também se alimenta de pequenos insetos, ajudando a controlar pragas e mantendo o equilíbrio dos ecossistemas onde vive.

Sua presença frequente em ambientes com vegetação relativamente bem preservada também a torna um indicador importante de qualidade ambiental. Onde há saíras-sete-cores, há esperança para o equilíbrio das florestas. Isso se escolhermos preservá-las.

Um símbolo natural do Espírito Santo

Essa espécie incrível ocorre em quase toda a faixa da Mata Atlântica, do Rio Grande do Sul até a Bahia. Mas é aqui, no Espírito Santo, que vejo sua presença com mais força. Seja no litoral, seja nas matas mais altas, elas estão sempre por perto — alegres, inquietas, sempre em bando, saltando de galho em galho em busca de alimento e com aqueles piadinhos finos, característico de seu canto.

Saíra-sete-cores (Tangara seledon) fotografado em Domingos Martins, distrito do município Domingos Martins, no Espírito Santo – Sudeste do Brasil. Bioma Mata Atlântica. Registro feito em 2013

Se fosse para eleger uma espécie que representasse nossa beleza, biodiversidade e proximidade com a natureza, a saíra-sete-cores estaria entre minhas principais candidatas.

Poucas aves são tão facilmente avistadas, tão visualmente impactantes e tão queridas pelo “público”. Eu mesmo, como observador de aves, nunca me canso de fotografá-las. E as fotos sempre são ajudadas por sua beleza.

As saíras e o encantamento

Fotografar essa ave é sempre um desafio prazeroso. Ela não para muito tempo no mesmo galho, está sempre em movimento. Mas quando a lente consegue captar o momento certo — a luz incidindo no azul da cabeça, ou aquele instante em que ela encara diretamente a câmera — é como capturar um frame da essência da Mata Atlântica.

“Saíra-sete-cores (Tangara seledon) fotografado em Linhares, Espírito Santo – Sudeste do Brasil. Bioma Mata Atlântica. Registro feito em 2013.

As imagens que compartilho nesta matéria foram feitas aqui, no Espírito Santo. Algumas no coração da mata, outras quase na cidade. Elas são um lembrete visual de que a beleza ainda está viva e próxima — basta ter os olhos para olhar.

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