Novo alvo do governo Trump, Mozart Sales foi cotado para ser vice de João Campos, no Recife

Nesta quarta-feira (13), o governo dos Estados Unidos anunciou a revogação dos vistos de dois brasileiros ligados ao governo Lula: Alberto Kleiman e Mozart Sales. O secretário de Estado, Marc Rubio, disse que os dois são “cúmplices” por terem coordenado o programa Mais Médicos a partir de 2013, durante o governo Dilma Rousseff. Elaborado em parceria com a Organização Panamericana de Saúde (Opas), o programa contratou profissionais de nacionalidade cubana, o que Rubio chama de “exploração de trabalhos forçados” dos cubanos.

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O médico Mozart Júlio Tabosa Sales, de 56 anos, foi cotado para o cargo de vice-prefeito do Recife na disputa eleitoral de 2024. Filiado ao PT e aliado da senadora Teresa Leitão (PT), ele foi indicado pelo partido para compor a chapa liderada pelo prefeito João Campos (PSB). O prefeito, no entanto, optou pelo seu amigo pessoal e chefe de gabinete, Victor Marques (PCdoB), hoje vice-prefeito da capital pernambucana. Mozart já foi vereador do Recife por um mandato (2005 a 2008) e é nome de confiança do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Sales é o atual secretário de Atenção Especializada à Saúde, cargo de gerência de 2º escalão no Governo Federal, respondendo diretamente ao ministro Padilha, de quem foi chefe de gabinete por anos durante o governo da presidenta Dilma Rousseff. Ainda no governo dela, Sales presidiu a Empresa Brasileira de Hemoderivados (Hemobrás). Em 2023 e 2024, assessorou Padilha na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República.

Mozart Sales é servidor estadual concursado do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), centro de saúde vinculado à Universidade de Pernambuco (UPE). Natural de Fortaleza (CE), mudou-se para o Recife (PE) aos 20 anos de idade, para cursar medicina na UPE, onde se formou em 1995. Se especializou em medicina legal e fez mestrado em perícias forenses, ambas também na UPE. Seu doutorado em saúde integral foi realizado no Instituto de Medicina Integral de Pernambuco (Imip).

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Durante a campanha eleitoral de 2024, Mozart subiu em palanques e gravou vídeos em apoio às campanhas de João Campos (PSB) no Recife, Vinicius Castello (PT) em Olinda, Márcia Conrado (PT) em Serra Talhada, Marcos Xukuru (Republicanos) em Pesqueira, Rita Rodrigues (PSB) em Sertânia, Branco de Geraldo (PT) em Jurema e Berg Gomes (PSB) em Carnaíba.

Mozart Sales, Humberto Costa, Teresa Leitão e Carlos Veras | PT Pernambuco

Já Alberto Kleiman foi assessor para assuntos internacionais do Ministério da Saúde de Dilma, sendo a principal ponte entre o governo e a Opas. O governo dos EUA considera que a contratação de cubanos através da Opas buscou contornar os embargos impostos pelos EUA a Cuba e “enriqueceu o regime cubano”.

Os médicos da ilha caribenha atuaram no Brasil até o fim de 2018, quando o governo socialista encerrou a parceria por considerar que seus cidadãos estariam em risco sob o governo Bolsonaro.

Nomeado pelo Ministério da Casa Civil, Kleiman ficou responsável, ao longo de 2024, por dirigir as relações institucionais da Secretaria Extraordinária para a COP-30, contribuindo para a preparação da Conferência da ONU para o clima, que este ano acontece em Belém (PA), no próximo mês de novembro.

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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, saiu em defesa do Mais Médicos e de seus colegas que perderam o visto. “Assim como o PIX, o Mais Médicos sobreviverá aos ataques injustificáveis. O programa salva vidas e é aprovado por quem mais importa: a população brasileira. (…) Temos muito orgulho de todo esse legado que leva atendimento médico para milhões de brasileiros que antes não tinham acesso à saúde. (…) Saúde e soberania não se negociam”, escreveu Padilha nas suas redes sociais.

Mais Médicos

Entre 2013 e 2018, o programa chegou a quase 20 mil profissionais brasileiros e estrangeiros contratados, com atuação voltada às unidades do programa de saúde da família, com foco prioritário nos bairros e municípios onde não havia profissionais de medicina atuando, além de aldeias indígenas, comunidades quilombolas e zonas rurais de todo o país.

Foram mais de 63 milhões de brasileiros atendidos, espalhados pelos 4 mil municípios que receberam profissionais. Relançado em 2023, com a volta de Lula, o Mais Médicos hoje mantém 24,5 mil profissionais em mais de 4 mil municípios brasileiros.

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