A tecnologia tem estado cada vez mais presente no dia a dia, transformando hábitos, rotinas e processos de empresas. Neste cenário, a cibersegurança se torna uma necessidade para diversos setores, incluindo a saúde.
Em 2023, um relatório do Escritório de Direitos Civis (OCR) citou um aumento de 239% nas violações de segurança na área da saúde mundial entre 2018 e 2023. No Brasil, um levantamento da Kaspersky concluiu que o setor de saúde saltou da 7° para a 3° posição no foco do cibercrime, em 2024.
Em um cenário onde a maior parte dos dados é digitalizada, especialistas alertam: a cibersegurança precisa ser prioridade para instituições do setor, como hospitais e operadoras de saúde.
O cibercrime na saúde
Segundo o gerente de segurança da informação do Hospital Sírio-Libanês, Leandro Ribeiro, os crimes tecnológicos na área da saúde, focados no paciente costumam ter os objetivos de monetizar e vender as informações, podendo, inclusive, resultar em uma extorsão.
Imagina o seguinte: o cibercriminoso, vai fazer um ataque cibernético no hospital, indisponibilizar sistemas, roubar informações e vai querer vender isso de alguma forma. Ele pode ir a público ou entrar em contato com algum profissional de tecnologia do hospital, ameaçando publicar as informações caso não haja pagamento.”
Leandro Ribeiro, gerente de segurança da informação
Leandro participou de um painel com o tema “Cibersegurança”, no Simpósio das Unimeds 2025, colaboração entre as Federações das Unimeds do Espírito Santo e de Minas Gerais, sediado em Vitória entre os dias 13 e 15 de agosto.
Também foram painelistas o gerente de Segurança Cibernética e da Informação do Banco Mercantil do Brasil, Ricardo Leocadio, e o gestor de Tecnologia da Informação da Unimed Federação Minas, Tercio Augusto Moss Cabral.
Como garantir a cibersegurança nos planos de saúde
Durante o painel os especialistas ressaltaram que as operadoras de planos de saúde precisam priorizar a cibersegurança como parte de oferecer o melhor atendimento ao cliente. Para Ricardo Leocadio, uma das principais atitudes para proteção de dados, é olhar também para a segurança de parceiros e fornecedores.
“Precisamos falar da importância de fazer a cibersegurança nas empresas que prestam serviço para nós também. Porque, quando compartilhamos a informação entre instituições que prestam serviço, também somos responsáveis pelo vazamento de informação, quando ele acontece”, explicou.
Já Leandro Ribeiro ressaltou a necessidade dos profissionais de segurança da informação estarem preparados para lidar com as mudanças geradas pela tecnologia. Segundo ele, o papel da cibersegurança também é oferecer soluções que combinem inovação e proteção.
“O profissional de segurança que fala não para tudo, muitas vezes não conhece meios tecnológicos de proteger e fazer aquilo acontecer de forma positiva. Então, a importância da segurança da informação nesse quesito é que ela vai te ajudar a habilitar novos modelos de negócios e ideias”, disse.
Outro ponto abordado pelos especialistas foi o uso crescente da inteligência artificial na saúde. Segundo Leocadio, as IAs vieram para ficar, mas é preciso entender e validar seu uso dentro do setor.
“Quando, por exemplo, o médico faz daquilo de um canal de pesquisa, de aprimoramento, de melhoria do conhecimento apurado que ele já tem, ela fortalece. Da mesma forma enxergamos seu uso na cibersegurança”, complementou.
Falar sobre cibersegurança é essencial
Segundo o presidente da Unimed Vitória, Fabiano Pimentel Pereira, falar sobre cibersegurança é essencial, já que as revoluções tecnológicas fazem parte do setor de saúde, especialmente da saúde suplementar
A cibersegurança é um assunto essencial e em alta quando falamos sobre os planos de saúde, como no caso do Sistema Unimed. O objetivo deste simpósio é justamente trazer para a discussão temas importantes para todos, mostrando como melhorar e colocar em prática ações que visam o bem-estar do cliente.”
Fabiano Pimentel Pereira, presidente da Unimed Vitória
O simpósio é uma ação tradicional do calendário Unimed e este ano teve como tema “Cooperativismo e Gestão Estratégica de Alta Performance”. Foram mais de 800 participantes em três dias de palestras e rodas de conversa sobre o setor de saúde, especialmente de saúde suplementar.
