Empreendedor lidera projetos de transformação tecnológica com propósito social

Com uma atuação internacional que conecta três continentes e setores tão distintos quanto bancos, governos e healthtechs, William de Paiva Bella construiu uma trajetória marcada pela aplicação estratégica da tecnologia para resolver problemas críticos e gerar impacto social duradouro. Sua jornada, que começou no Brasil e hoje se consolida na Europa, mostra como excelência técnica, adaptabilidade cultural e visão de futuro podem transformar ecossistemas inteiros.

No Santander-Brasil, entre 2016 e 2017, Bella liderou um projeto pioneiro de modernização da arquitetura de microserviços, substituindo sistemas monolíticos por uma infraestrutura escalável e resiliente, quando essa abordagem ainda engatinhava no mercado. “Geramos uma economia anual de US$ 16 milhões e aceleramos o lançamento de produtos, com redução drástica de falhas críticas. O modelo foi replicado na matriz espanhola como best practice internacional”, relembra.

A experiência em Angola, de 2017 a 2019, ampliou sua percepção sobre como tecnologia pode ser vetor de inclusão social. Com a plataforma Modela, centralizou dados governamentais fragmentados, encurtando processos burocráticos de meses para dias. “Foi transformador ver famílias resolverem problemas documentais rapidamente. Ali percebi que eficiência tecnológica em setores críticos pode mudar a vida de milhões”, afirma.

Hoje, como Diretor de Plataforma na m.Doc, uma healthtech alemã, onde lidera a reconstrução completa de uma solução hospitalar multi-tenant, garantindo interoperabilidade com sistemas médicos e conformidade com o GDPR. Nesse projeto, Bella gerenciou um orçamento superior a € 2 milhões, liderando 47 profissionais diretos em um projeto que envolve centenas de colaboradores e impacta diretamente milhões de pacientes.

Sua visão sobre inteligência artificial também carrega forte marca de adaptação ao contexto social. O chatbot “Cybele”, criado por Bella foi vencedor na categoria de Inovação em uma maratona de 30 horas no Hackatohn  Innovathon Angola 2018, que segue em operação há mais de seis anos. Automatizando processos internos e comerciais, o sistema nasceu em um ambiente de severas restrições de hardware e conectividade, e tornou-se exemplo de como IA pode ser eficiente e sustentável mesmo em condições adversas. “Inovação não é só tecnologia de ponta, mas a capacidade de adaptá-la ao cenário local”, resume.

Essa filosofia também está presente no projeto Library, no ING Bank Netherlands, que analisa milhões de documentos financeiros por mês para identificar fraudes e riscos sistêmicos. “A base do sucesso é entender profundamente o problema local antes de aplicar qualquer solução de IA”, reforça.

Metodologia e precisão são palavras-chave para Bella, que viveu momentos críticos como o incidente no Banco BAI Europa, quando um ataque comprometeu o acesso de 12 mil clientes.  Com uma metodologia desenvolvida nos seus 10 anos de experiência em tecnologia, restaurou o serviço em três horas com um protocolo estruturado: análise imediata da causa raiz, criação de task forces paralelas, priorização dos canais críticos e automação das verificações pós-recuperação.

Além da atuação corporativa, William dedica energia a iniciativas de inclusão digital. Em 2019, fundou o projeto social “Programando o Futuro”, que ensina programação de forma acelerada por meio do Vibe Coding, conecta alunos a empresas e promove mentoria reversa. Já transformou a vida de mais de 35 profissionais, com taxa de empregabilidade de 60% e aumento salarial médio de 120%. “Formamos gente capaz de atuar globalmente, mas também de multiplicar conhecimento em suas comunidades”, celebra.

Para ele, a aplicação ética de IA em países em desenvolvimento depende de três pilares: transparência algorítmica, foco em problemas locais e desenvolvimento de capacidades técnicas nas próprias comunidades. “Não basta importar soluções prontas; é preciso criar ecossistemas sustentáveis”, defende.

Quando questionado sobre as competências mais urgentes no mercado, Bella lista: pensamento algorítmico aliado à colaboração com IA, domínio de regulamentações em múltiplas jurisdições, resposta rápida a crises cibernéticas, e habilidade de traduzir necessidades complexas em soluções escaláveis. “E acima de tudo, aprendizado contínuo e adaptabilidade cultural”, complementa.

Aos jovens brasileiros, deixa um recado direto: “Origem não determina destino. Busquem excelência técnica, dominem o inglês, contribuam para projetos de código aberto, construam redes globais genuínas, desenvolvam adaptabilidade cultural e foquem sempre na resolução de problemas reais. Essa combinação abre portas no mundo inteiro”.

De São Paulo a Frankfurt, passando por Luanda e Amsterdã, William de Paiva Bella prova que tecnologia, quando aplicada com visão estratégica e propósito social, é capaz de transformar não apenas empresas e governos, mas também o destino de comunidades inteiras.

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