O que os primeiros sétuplos sobreviventes do mundo estão fazendo mais de 20 anos depois

O que os primeiros sétuplos sobreviventes do mundo estão fazendo mais de 20 anos depois

Em novembro de 1997, o mundo parou para acompanhar um acontecimento médico extraordinário em Iowa, Estados Unidos. Bobbi e Kenny McCaughey, um casal que já enfrentara dificuldades para ter sua primeira filha, Mikayla, buscavam dar a ela um irmãozinho. Para aumentar as chances, utilizaram um tratamento de fertilidade com o medicamento Metrodin, que estimula a produção de óvulos. O que aconteceu a seguir superou qualquer expectativa.

Os McCaughey se tornaram celebridades locais durante a gravidez dos sétuplos

Os McCaughey se tornaram celebridades locais durante a gravidez dos sétuplos

Durante o ultrassom de rotina na sexta semana de gestação, o médico fez uma descoberta surpreendente: não um, nem dois, mas sete pequenos corações batiam no útero de Bobbi. A notícia foi um choque. Embora não fosse a primeira gestação séptupla registrada, os profissionais de saúde alertaram os pais sobre os enormes riscos envolvidos: aborto espontâneo, natimortos e complicações graves para a mãe eram probabilidades assustadoramente altas.

Bobbi McCaughey, no entanto, carregou os sete bebês com uma determinação que desafiava as estatísticas. A gestação foi fisicamente avassaladora. Com apenas 30 semanas, sua barriga já media impressionantes 140 centímetros de circunferência, estendendo-se quase até os joelhos. Era impossível chegar às 40 semanas.

No dia 19 de novembro de 1997, por cesariana, vieram ao mundo sete bebês prematuros: Kenneth Robert, Alexis May, Natalie Sue, Kelsey Ann, Brandon James, Nathan Roy e Joel Steven. Era a primeira vez na história que um conjunto de septuplets nascia vivo e sobrevivia. A notícia correu o planeta. Até o então presidente Bill Clinton ligou para os McCaughey em Carlisle, Iowa, para parabenizá-los.

A casa raramente era silenciosa enquanto eles cresciam

A casa raramente era silenciosa enquanto eles cresciam

Os primeiros meses foram de intensos cuidados médicos. Os sete irmãos passaram três meses no hospital antes de finalmente irem para casa. A logística diária era monumental: 42 mamadeiras e até 70 fraldas eram consumidas a cada 24 horas. A generosidade apareceu. A empresa Clark presenteou a família com uma casa enorme, com sete quartos, para acomodar a tribo crescente. Bobbi e Kenny aprenderam a ser mestres em economia e organização.

Mas o que acontece com sete crianças que nasceram sob os holofotes mundiais quando se tornam adultos? Em 2022, aos 25 anos, os septuplets McCaughey, junto com a irmã mais velha Mikayla, deram uma rara entrevista coletiva, oferecendo um vislumbre fascinante de suas vidas atuais.

A casa grande de sete quartos, cenário de tantas memórias barulhentas e felizes, já não pertence mais à família. Foi doada para a Ruth Harbor, uma organização sem fins lucrativos que apoia mães jovens. Bobbi e Kenny se mudaram para outra região do estado.

Os sétuplos sobreviveram todos ao nascimento

Os sétuplos sobreviveram todos ao nascimento

No entanto, o espírito da família grande permanece. “Adoro quando todo mundo volta para casa”, confessou Bobbi. “É raro acontecer. Fica lotado e barulhento. Amo ver a garagem cheia de carros e os netos andando de bicicleta.” Kelsey, que vive no Missouri, ecoou o sentimento: “Quando estamos todos juntos, é simplesmente a melhor época. Esses momentos são ainda mais preciosos agora. Eles [os pais] são incrivelmente amorosos com todos os nossos parceiros e filhos.”

Quatro dos septuplets e Mikayla já são casados. Juntos, os oito irmãos já são pais de quatro crianças. Os caminhos profissionais que escolheram são variados:

  • Brandon James: Seguiu carreira militar. Em 2022, era sargento do Exército dos EUA. Casou-se com Alana e tem um filho.
  • Natalie Sue: Formou-se em Ciência do Exercício pela Universidade Hannibal-LaGrange. Conheceu o marido no campus. Trabalha como técnica de cuidados ao paciente em um hospital local, função que ganhou ainda mais responsabilidade durante a pandemia de Covid-19.
  • Kenneth Robert (Kenny): O homônimo do pai, Kenny, teve uma reflexão sincera sobre a transição da casa cheia para a vida adulta. Casado e aguardando um filho (que também se chamará Kenny), ele admitiu sentir solidão às vezes. “Digo às pessoas que não sei como eles [os pais] conseguiram. Deve ter sido uma loucura. Quando nascemos, tiveram ajuda, mas depois disso… Nunca pensei como eles conseguiram manter a sanidade.”
  • Joel Steven & Nathan Roy: Ambos se formaram em Sistemas de Informação Computacional pela Hannibal-LaGrange e trabalham na área de TI.
  • Alexis May: Assim como Nathan, Alexis nasceu com paralisia cerebral. Ela expressou orgulho do irmão: “Vê-lo sendo tão independente, morando sozinho, dirigindo até o trabalho e se sustentando tem sido muito legal de ver.” Alexis conquistou seu diploma em Artes Liberais na mesma universidade e agora trabalha com crianças em uma empresa de cuidados infantis.
  • Kelsey Ann: Teve um início promissor na música, mas mudou de rumo para Relações Públicas. Trabalhou como repórter na emissora de notícias do campus, depois migrou para funções atrás das câmeras e, na época da entrevista, era recepcionista em um consultório médico.

Apesar das trajetórias individuais e da distância geográfica, os laços que se formaram naquela casa caótica e amorosa de sete quartos permanecem fortes. Natalie revelou uma tradição peculiar que mantêm: “Uma coisa que fazemos, e parece ridículo… Tocávamos uma música na banda, ‘Crazy Cat’, e cada um tinha sua parte. No caminho de volta para casa, cantávamos os sons das nossas partes. Fazemos isso agora quando nos reunimos.” É um eco do passado compartilhado, uma lembrança musical que os une, décadas depois de terem enchido de alegria – e fraldas – a vida de Bobbi, Kenny e Mikayla, e capturado a atenção do mundo.

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