
Pense no seu zôo local. Provavelmente vem à mente a imagem de famílias observando leões majestosos, macacos brincalhões ou pássaros coloridos. Mas o Aalborg Zoo, uma das maiores atrações turísticas da Dinamarca, com seus impressionantes 1.500 animais de 126 espécies diferentes, tem um pedido incomum para o público: eles aceitam doações de pequenos animais domésticos saudáveis. A proposta, porém, vem com um propósito específico e tem gerado discussão.
Fundado em abril de 1935 e ocupando cerca de 8 hectares (o equivalente a 20 acres), o zoológico recebe aproximadamente 375.000 visitantes por ano. Entre seus habitantes estão predadores fascinantes, como o lince-europeu.
E é justamente para alimentar esses carnívoros que o zoológico lançou um lembrete recente: eles recebem de bom grado animais como coelhos, galinhas e porquinhos-da-índia que precisam ser eutanasiados por seus donos, desde que estejam saudáveis.

Você doaria seu cavalo vivo para o zoológico?
Por que essa prática? A explicação é ecológica e nutricional. Pia Nielsen, vice-diretora do Aalborg Zoo, esclarece que oferecer presas inteiras é essencial para simular a dieta natural que esses predadores teriam na natureza. “Especialmente o lince-europeu, que precisa de presas inteiras que se assemelhem ao que caçaria naturalmente”, destacou o zoológico em suas redes sociais. Animais como coelhos, galinhas e porquinhos-da-índia formam uma parte vital dessa dieta.
O processo, conforme explicado, envolve a eutanásia realizada por funcionários treinados, garantindo que seja o mais indolor possível. A ideia central é evitar o desperdício: um animal que já precisa ser sacrificado por seu dono, por motivos diversos, ganha uma segunda finalidade, contribuindo para o bem-estar, a nutrição adequada e a expressão de comportamentos naturais dos grandes predadores do zoológico.
“Portanto, faz sentido permitir que animais que precisam ser eutanasiados por vários motivos sejam úteis dessa maneira”, afirmou Nielsen ao jornal The Guardian. Ela ressaltou que essa prática é comum na Dinamarca e bem vista por muitos visitantes e parceiros do zoológico.
Os números mostram que algumas pessoas realmente abraçam a ideia. O zoológico já registrou a doação de 137 coelhos, 53 galinhas e 18 porquinhos-da-índia. Além desses animais menores, o Aalborg Zoo também aceita cavalos, desde que possuam passaporte (documento obrigatório para equinos na Europa). Esses animais maiores servem de alimento para os grandes felinos, como leões e tigres.
Um exemplo concreto é o de Pernille Sohl, uma dinamarquesa que doou seu pônei de 22 anos, Chicago 57, em 2020. O animal sofria dores insuportáveis e precisava ser sacrificado. Sohl optou por doá-lo ao zoológico e deixou que sua filha adolescente, então com 13 anos, decidisse o destino do animal. Após uma experiência traumática anterior com um cavalo sendo levado pelo veterinário, a jovem escolheu uma rota diferente.
“Ela disse que desta vez queria seguir a cadeia alimentar. Ela queria que Chicago 57 beneficiasse outros animais”, contou Sohl ao The Sunday Times. A experiência foi tão positiva que, em 2024, Sohl tentou doar outro cavalo, Quantus. Porém, houve um obstáculo inusitado: Quantus era alto demais para caber no freezer do zoológico, que tem uma altura máxima de 147 centímetros. Sem poder aceitá-lo, o cavalo acabou sendo transformado em comida para cães. A história de Quantus mostra que até mesmo políticas bem-intencionadas têm seus limites logísticos muito práticos.
Esse Por que zoológico está pedindo animais de estimação para alimentar predadores, enquanto mulher explica por que enviou o cavalo da filha foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.